sábado, 21 de maio de 2011

Todos somos restos mortais de Camões

Manuel António Pina parabéns deste cão de Agustina que Deus lhe dê vida e saúde que lucidez terá mais que perfeita mas fiquei todo orgulhoso pelo prémio Camões que a ti destinaram desta feita e digo-o com o sorriso que tu nunca gostaste mas perante os factos somos todos ingénuos e vitimas desse vil metal analfabeto e burro e amante das pequenas coisas que a vida literária proporciona na tua rua continuas a ser um zé-ninguém

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Querido Cornudo

quando vivo nunca foi minha preocupação o me interessar pela privada vida das minhas viúvas personagens mas agora sobra-me atenção dado que delas faço parte e custa-me vê-las assim abandonadas sem dó nem piedade em obscuras bibliotecas de aterros sanitários que naturalmente reflecte o mal estar da literatura do meu cadavérico  país não sei sem falsa modéstia se ele renascerá através dos meus livros mas quem sabe dado o estado das coisas e nesta angústia aproximo-me da minha personagem favorita que incansável manuscreve todos os meus inéditos e sinto-lhe a inocente excitação e alimenta a sua fome masturbando-se
enquanto as personagens se apedrejam pelo domínio da página em branco o escritor fala com o desconhecido ao telemóvel