quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A ti pecante calco a tua cabeça de serpente para que as tuas orações não cheguem aos ouvidos daquele que na sua sublime ausência vigia e defende os nossos actos nesta encruzilhada em que te encontras e rodeado pela alma do negócio e pelos segredos dos deuses baixou um vómito negro vindo directamente dos infernos para nos julgar
Nós que olhamos o Sol com uma peneira essa harpa divina que é a moral mas tu não passas de um homem tu não és digno senão da nossa misericórdia
Tu e Eu que fazemos nesta encruzilhada
Vamos assaltar alguém
Matar
Ou vamos morrer por uma causa
Eu sou a tua cabeça e Tu és o meu corpo censurado onde as minhas cinzas carnais vagueiam contra ventos e marés denunciando a nossa patética época e todo o seu vírus da consagração do dever perante a verdade
Estás preso por um fio de sangue ao meu umbigo
Acorda
Acorda
É uma ordem
Acorda
Olha que te estás a afundar em suor
Pareces uma vela
Acordei com os olhos fechados não conseguia abri-los e não tive senão que gritar a plenos pulmões
Fui socorrido
Mais uma vez este pesadelo psicanalítico de sonhar com os meus pais a esfaquearem-me