domingo, 30 de setembro de 2012

tolerância zero

a minha imaginação tem limites impossíveis

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O verão chegou e é quem mais coloca as suas cinzas ao sol


O verão chegou e é quem mais coloca as suas cinzas ao sol não fujo à regra historicamente dirão desse velho romance e da não menos velha idiotia que arrasta languidamente pelo fio da navalha com banho de prata um colar de alhos e um espeto de pau e é quem mais nestes dias de soberana miséria tenta tirar o diabo do corpo ao real aqui ao lado numa grande metrópole um jovem aprendiz de feiticeiro da escrita tenta esclarecer os verdadeiros motivos que ali o trouxeram para desenvolver a mais estafada das narrativas é um jovem brilhante devido à sua bolsa e esforçado diagnóstico ao cérebro dum país habitado por cadáveres esquisitos tanta bolsas artísticas despejadas nas artes e nas letras afim de proveram o seu espírito criativo e artístico e literário e é ver as nossas letras deitadas ao abandono tais campos de cultivo outrora hoje cobertos de crude  

quinta-feira, 14 de junho de 2012

O meu cadáver é um livro em aberto

O meu cadáver está aberto ao solilóquio e a toda uma chuva de epígonos entretanto Portugual não se levanta do chão pois a qualquer tentativa é calcado e pontapeado por deus pátria e autoridade essa troika de cancros vitalícios

domingo, 22 de abril de 2012

O ano da morte de Manuel Alegre

O Manuel Alegre anda triste como a noite senta-se por aí e começa por tirar o aparelho da boca leia-se dentadura e fala comigo como se eu fosse uma árvore como ele costuma dizer pois ninguém o cala conhecemo-nos desde a noite dos tempos em que tudo era claro e às claras mas sabemos que não era nada assim o mesmo inimigo talvez mais identificável mas  na flor da vida somos essa árvore que absorve oxigénio e liberta poesia

sábado, 7 de abril de 2012

PORQUE NÃO SOU CRUCIFIXO

uma alma caridosa pagã e temente ao Homem confessou-me que Judas terá dado este libertário crucifixo-canivete a quando do Beijo e que teria sido utilizado pelo Filho do Homem assim que chegara ao Santo Sepulcro para se libertar do pedregulho um objecto curioso que a mim me tem ajudado a escrever nas raízes da oliveira contra o Juízo Final

sábado, 17 de março de 2012

morte aos paraísos-nação

foto da escultura do artista australiano Sam Jinks. 
Chove finalmente e sinto-me no fundo do mar dum mar nunca antes navegado tal bêbado agarrado à idosa Grande Ilusão hoje possuída por Parkinson e o Alzheimer que tenta a todo o custo manter-se acima da linha d'água não restam dúvidas o sujo entranhado do capitalismo faz que a fé no capital seja a única democracia possível a sabedoria tecnológica faz-nos animais de carga do cadáver dessa idosa mumificada pela corrupção o mexilhão está sempre a ser assediado para este compromisso para este des-futuro e eterno retorno em nome   da técnica do quadrado onde o consumo e bem-estar deram à luz essa síntese louca entre os campos de concentração e os goulags que hoje mais parecem «paraísos»-nação.




domingo, 8 de janeiro de 2012

o sr Puta que vos pariu e o sr Pipi

Fala-se do absolutamente nada os olhos trocam-se por visões mais terra a terra aquela arte contesto interrogando narrativa onde o mercado do livro escolhe as suas divindades passadas os poetas não têm dúvidas toda a sua experiência é passada pela varinha mágica da impotência tudo o que nos rodeia neste subsolo bêbado de vozes dominadas pela demência da aldeia global mas as cabeças escreventes acotovelam-se dentro do mesmo império editorial a lavagem da linguagem com esse cagalhão anti-gripe das aves as imagens do nosso passado recente faz-me lembrar o filha da puta que caninamente mija sempre que passa pela minha campa sempre tive essa fantasia ser mijado por aqueles que me amam e afirmam ser meus representantes na literatura