sexta-feira, 10 de abril de 2009

Como toda a pessoa de bem sinto-me impotente perante a degradação do estado de direito justiça com as próprias mãos será essa uma das tarefas da escrita sou visitado por personagens em alto estado de degradação moral que tentam a redenção entre o fanatismo e o delírio e são todos fotogénicos e a justiça liberta-os por falta de provas e prontos a máquina eleitoral aí está com eles à cabeça uma que se diz sacerdote e portador do vírus da sida interrompe-me a leitura dos jornais e começa a disparatar como acima lemos estava cansado de estar de olhos abertos e de ouvir em confissão todos os corruptos do seu país deixo-o falar esperando que Nobel apareça o mais depressa possível estou cansado de fechar os olhos diz contradizendo-se não passo dum parasita ao serviço do sagrado e gostava de contar a minha história ouvi dizer que você tinha uma arma fecha os olhos para de seguida abrir o olho direito lá anda a estúpida aranha abre o olho esquerdo e atira-lhe com uma das pantufas
Os tuberculosos não devem escarrar no chão aconselha distorcendo a voz em casa e fora dela devem escarrar num lenço que será metido em água a ferver antes de ser lavado
Puta vai dar ordens aos teus
Os tuberculosos não devem engolir o escarro nem as mucosidades do nariz
Prontos estamos livres meu caro de qualquer tipo de contaminação temos que livrar o estado de semelhantes parasitas eu contra mim falo sim sei que não posso divulgar semelhantes testemunhos mas não devemos deixar que a nossa cidadania seja exercida pela corrupção
Sou contra o segredo bancário contra o aborto olha-me com cinismo e ofereço-me para testemunhar a favor do estado de direito e fui aqui enclausurado como portador do vírus da sida e informaram-me que você estava por cá e cá estou eu disponível para testemunhar não vai correr comigo como se eu fosse um dador de sangue
diz umas palavras em latim eram mais grunhidos que penso virem do latim e dos seus fungos teológicos gargalho e pontapeio esta letal personagem da página em branco
Procuro a dor
Grita a plenos pulmões
Não se devem aproveitar os restos de comida deixada pelo tuberculoso
Medito sobre estes fragmentos sobre estes escombros literários que fui abandonando ao longo da minha escrita e tento encontrar algum sobrevivente

Nobel entra e olha estupefacto para os jornais rasgados espalhados pelo chão

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Sim confesso que tudo não passa de uma campanha negra contra a minha pessoa era a minha vez de falar o televisor olha-me com reprovação procura-se doente mental tem aproximadamente a idade de Cristo
Desapareceu sem deixar rasto e ao que se sabe sem roupa cuidado pode ser perigoso falou sempre com o dedo acusador apontado à minha pessoa que a tinha tentado violar o esperma que encharcava o seu monte de Vénus era meu sim veio doce tal príncipe encantado e seduziu-me como ninguém falei-lhe dos meus problemas falei falei falei era a minha vez de falar de não dizer nada estive tentado a explicar-lhe tudo é um monstro penetrou-me com a sua arma eu paralisada tal soldado de chumbo só pedia a Deus que me levasse não era nesse sentido continuou racionalmente a possuir-me com o crucifixo comecei a ter desequilíbrios perguntou-me a razão pela qual eu estava sempre a dizer que não valia dizer mais nada sim não tinha mais nada para sentir estava vazia por dentro como um pipo não era bem isso que queria dizer sintomas muitos sintomas e pesadelos muitos pesadelos neste real desordenado e com ar evangelizador de todas aquelas almas penadas simplesmente humanas na sua desordem a sociedade está num beco sem saída obesa o suficiente tal como ela simplesmente mortas para serem úteis à fé de recusar o Livro e concentrar-se completamente na natureza que asfixiada sim já sentia dificuldades em completar o raciocínio eram os nervos sentia-se cansada e já não seguravam a linguagem sem deixar de me apontar o dedo sim veio para me liquidar e penetrou-me anal mente com um crucifixo de tal maneira que o meu intestino nunca mais o libertou de seguida fiquei diabética não parei de engordar e deixei de acreditar em Deus esse senhor aponta na minha direcção é o Anticristo defequei-o ao terceiro dia